sábado, 10 de março de 2012

Rumo ao desconhecido

Parece que foi ontem quando descobrimos que o Joaquim estava aqui. Ainda ontem que não acreditei em testes de farmácia e fomos tirar uma ampolinha de sangue pra ter certeza. Foi outro dia que passamos a tarde nervosos - mas fingindo que não estávamos - enquanto o resultado não saía e que ficamos bons minutos em silêncio olhando pra tela do computador vendo o que seria dali pra frente. 

Sim, se passaram cinco meses... poderiam ter sido nove, mas acho que nessa altura do campeonato não é a quantidade de dias que muda algo; mas ainda assim parece que foi outro dia que toda essa aventura começou.

Contar para os pais, pensar como seria o futuro. Fazer mil exames, caber nas roupas, mudar os hábitos, correr atrás de tudo, arrumar mil coisas... e tudo isso por mais que não tenha sido de uma hora pra outra passou tão tão rápido que mal deu tempo de pensar no próximo passo. 

A verdade é que acho que precisava de mais uns dias. Uns meses - ou anos - quem sabe. Muito embora, pensando bem acho que não ia adiantar. Que não importa o quanto tempo eu tivesse a sensação agora provavelmente seria a mesma: medo do desconhecido. 

As mães todas dizem que na hora que eles nasce é como se ligassem uma chavinha na sua cabeça em que você passa a saber de tudo e entender tudo. Taí uma coisa que por mais que acredite nelas, só entenderei mesmo vendo. Igual quando descobri o Joaquim aqui comigo que só fui acreditar depois de três exames de gravidez e só fui entender e assimilar mesmo depois de ver naquela telinha cinza desfocada do ultrassom. São Tomé? Talvez. Mas é como funciono.

Esse deve ser o último sábado em que eu sou dois. O último fim de semana que eu tenho que cuidar dele cuidando de mim e só. Já sei como é isso, já me acostumei com isso. Mas daqui uma semana talvez não seja mais assim. Seremos dois separados que sabem nada de nada. Ainda bem que tem o Tadeu que cuida dos dois agora e com certeza vai cuidar um milhão de vezes mais daqui a pouco...acho que isso me tranquiliza montes, que não sei como seria sem ele. Mas dá medinho... ô se dá.

Não sei quando ele nasce. Não sei como vai ser, como vou reagir, como ele vai reagir. Não sei se saberei segurar, dar banho, amamentar.... nada sei. E agora? 

Espero que daqui duas semanas volte aqui e fale: gente! a tal chavinha que faz a gente aprender tudo existe! festa festa alegria! Acho - de verdade - que isso é um fato que vou contar, mas até lá estou só naquele meio do trampolim; na parte que você dá uma de macho e pula, mas parece uma eternidade até chegar na piscina gelada. 

Uma eternidade que vai durar poucos, pouquíssimos dias. E que depois vai durar muito mais que uma vida.

parece que foi ontem que você era pequenininho... 

3 comentários:

  1. E te conto que realmente falta pouco, uns 4 dias talvez... heheheh e viva o Joaquim e a mamãe dele e o papi dele!

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  2. ok.. ok.. nao to mais de tpm.. e continuo me emocionando com seus posts! aii amiga! força, força , força e conte com as tias aqui para o que vc precisar! bjnhos

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  3. Conte com as tias, isso mesmo! Chega logo Joca, tia Jú tá te esperando!

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